02 março 2018

Como os gaúchos interpretam as escrituras sagradas.

Este texto anônimo, foi encontrado escrito a ponta de faca no balção de um bolicho, onde hoje Tapera-RS, no Passo do Elesbão. "Quinto distrito de Cacequi".

O causo das escrituras.
Pois não sei se já les contei o causo das escrituras sagradas.
Se não les contei, les conto agora. A história é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertérios.
De Adão e Eva acho que não é preciso contá, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do paraíso por tomá banho numa sanga.
Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu.
O primeiro índio a botá cerca de arame foi um tal de Abel.
Mas nem chegou a estendê o primeiro fio porque levou um pontaço no peito do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.
O Caim, entonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguay.
Deixou o filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância.
A estância essa ficava nas barrancas de uma corredera e o Noé, uns anos depois, pegou uma enchente muito feia pela frente. Cosa muito séria. Água uma barbaridade.
Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro.
O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correnteza, o índio velho.
A enchente era tão braba que quando Noé se deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Dilúvio.
Foi que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro.
Bueno, aí com aquele despropósito, as famílias ficaram amigas.
A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônia.
Bueno, tavam as famílias ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhanos do lado dele.
Abriram a cordeona e quiseram obrigá a prendas a dançá uma milonga.
Foi quando os velhos, que eram de muito respeito, se queimaram e deu-se o entrevero. Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamos, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés.
E já tava largando pranchaço em cima do mulherio quando um piazito correntino, de seus dez anos e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que não teve nem graça. Foi me acudam e tou morto.
Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhanos.
Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolados com o lado cego do facão. Foi uma sanguera danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.
Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Homem de cabelo nas venta, o major Salomão.
Nem les conto! Um dia o índio tava sesteando quando duas velhas se bateram em cima dum guri de seus seis ano que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chegado ao piazito, passou a mão no facão e de um taio só cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Perjuízo de Salomão que contam por aí.
Mas, por essas estimativas, o major Salomão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo.
Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava o filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filhos que Deus nos livre.
E tudo com a cara dele, que era prá não havê discordância. Só que quando Deus nosso senhor quer, até égua véia nega estribo.
Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china de bolicho.
Uma vergonhera pra família. mas ela puxou a mãe, que era uma Paraguaia meio gaudéria que nunca tomo jeito na vida... O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.
Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano depois com um tal de coronel Poncio Pilatos.
Foi ele que tirou ela da vida. Eu conheço uns três caso do mesmo feitio e nem um deles deu certo.
Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muitas bomba, nunca mais se acostuma com uma só. Mas nesses contraproducentes, até que houve uma contrapartida.
O coronel Ponciano Pilatos e Maria Madalena tveram doze filhos, os tal de aposto, que são muito conhecidos pelas caridades que faziam. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que depois foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.
Pois era um tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo.
São José e a virgem Maria tinham perdido todo o gado e só tava com uma mula branca no potreiro, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois Pois tiveram que se desfazê da pobre.
E como as desgraça vem, já vem de braço dado. foi bem aí que estouraram as revolução.
Os Maragatos, chefiado por um tal de coronel Jordão, acamparam na entrada da vila.
Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lazo, aquele mesmo que duas vez foi dado por morto. Mas aí um cabo dos provisórios, um tal de cabo Judas, se passou-se pros Maragatos e já se veio uns tal de Romanos, que tavam numas várzeas e ocuparam a vila.
Nosso senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e muito feio chamado Calvário. Pois vejam como é a vida. Esse mesmo preto Cálvario degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinheira de virgem Maria.
Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato.
Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigiatário, um tal de João Batista e o primo dele, Heródito dos Reis.
Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor Caifás e o cônego Atanásio.
Mas aí veio uma força da brigada, comandada pelo coronel Jesus Além, que era meio parente do homem por parte de mãe e com ele veio mais três corpo de provisória e se pegaram com os Maragatos. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dias e quarenta noites de bala e bala.
Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marcos. São Mateus ficou três mês morre não morre, mas teve umas atenuante a favor e solvou-se o índio.
Nosso Senhor pegou três balaço, um em cada mão, e um que varou os pé de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romanos, o César Romano, nas altura das costela.
Ferimento muito feio que nosso senhor curou tomando vinagre na sexta feira da paixão.
Mas aí, Nosso senhor se desiludiu-se dos home, subiu na cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro céu. Mas deixou os dez mandamentos, que são cinco e se pode muto bem acolherá em dois:
- Não se mata home pelas costa.
- Nem se cobiça mulher dos outro pela frente.

       Um abraço do tamanho do Rio Grande!!!!

23 junho 2017

Primeiro voo no Phantom 3

20 janeiro 2014

Senhas comuns mais usadas.


Confira abaixo a lista com as 25 piores senhas da internet e o desempenho de cada uma em relação à pesquisa do ano de 2013.

1
123456
Subiu 1 posição
2
password
Caiu 1 posição
3
12345678
Manteve-se igual
4
qwerty
Subiu1 posição
5
abc123
Perdeu 1 posição
6
123456789
Estreante
7
111111
Subiu 2 posições
8
1234567
Subiu 5 posições
9
iloveyou
Subiu 2 posições
10
adobe123
Estreante
11
123123
Subiu5 posições
12
admin
Estreante
13
1234567890
 Estreante
14
letmein
Caiu 7 posições
15
photoshop
Estreante
16
1234
Estreante
17
monkey
Caiu 11 posições
18
shadow
Manteve-se igual
19
sunshine
Caiu 5 posições
20
12345
Estreante
21
password1
Subiu 4 posições
22
princess
Estreante
23
azerty
Estreante
24
trustno1
Caiu 12 posições
25
000000
Estreante

Fonte: Olhar digital.

27 novembro 2013

A origem do Tchê.

“Há quem goze de nosso uso do termo “TCHÊ”, ache até chulo-grosseiro este linguajar. Se soubessem a sua origem, aí abaixo relatada, talvez mudassem sua opinião.”
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu jeito "Galileu" de se expressar.
No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.
Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.
Um abraço, Tchê!

Os Gaúchos

 O Rio Grande do Sul é como aquele filho que sai muito diferente do resto da família. A gente gosta, mas estranha. O Rio Grande do Sul entrou tarde no mapa do Brasil . Até o começo do século XIX, espanhóis e portugueses ainda se esfolavam para saber quem era o dono da terra gaúcha. Talvez por ter chegado depois, o Estado ficou com um jeito diferente de ser.

Começa que diverge no clima: um Brasil onde faz frio e venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do padrão quanto um Canadá que fosse à praia. Depois, tem a mania de tocar sanfona, que lá no RS chamam de gaita, e de tomar mate em vez de café. Mas o mais original de tudo é a personalidade forte do gaúcho. A gente rigorosa do sul não sabe nada do riso fácil e da fala mansa dos brasileiros do litoral, como cariocas e baianos. Em lugar do calorzinho da praia, o gaúcho tem o vazio e o silêncio do pampa, que precisou ser conquistado à unha dos espanhóis.

Há quem interprete que foi o desamparo diante desses abismos horizontais de espaço que gerou, como reação, o famoso temperamento belicoso dos sulinos.
É uma teoria - mas conta com o precioso aval de um certo Analista de Bagé, personagem de Luis Fernando Veríssimo que recebia seus pacientes de bombacha e esporas, berrando: "Mas que frescura é essa de neurose, tchê?"

Todo gaúcho ama sua terra acima de tudo e está sempre a postos para defendê- la. Mesmo que tenha de pagar o preço em sangue e luta.
Gaúcho que se preze já nasce montado no bagual (cavalo bravo). E, antes de trocar os dentes de leite, já é especialista em dar tiros de laço. Ou seja, saber laçar novilhos à moda gaúcha, que é diferente da jeito americano, porque laço é de couro trançado em vez de corda, e o tamanho da laçada, ou armada, é bem maior, com oito metros de diâmetro, em vez de dois ou três.

Mas por baixo do poncho bate um coração capaz de se emocionar até as lágrimas em uma reunião de um Centro de Tradições Gaúchas, o CTG, criados para preservar os usos e costumes locais. Neles, os durões se derretem: cantam, dançam e até declamam versinhos em honra da garrucha, da erva-mate e outros gauchismos. Um dos poemas prediletos é "Chimarrão", do tradicionalista Glauco Saraiva, que tem estrofes como: "E a cuia, seio moreno/que passa de mão em mão/traduz no meu chimarrão/a velha hospitalidade da gente do meu rincão." (bem, tirando o machismo do seio moreno, passando de mão em mão, até que é bonito).

Esse regionalismo exacerbado costuma criar problemas de imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao resto do País.

Não é verdade - mas poderia ser, a julgar por alguns dados e estatísticas.
O Rio Grande do Sul é possuidor do melhor índice de desenvolvimento humano do Brasil, de acordo com a ONU, do menor índice de analfabetismo do País, segundo o IBGE e o da população mais longeva da América Latina, (tendo Veranópolis a terceira cidade do mundo em longevidade), segundo a Organização Mundial da Saúde. E ainda tem as mulheres mais bonitas do País, segundo a Agência Ford Models. (eu já sabia!!! rss) Além do gaúcho, chamado de machista", qual outro povo que valoriza a mulher a ponto de chamá-la de prenda (que quer dizer algo de muito valor)
(Arnaldo Jabor)