“Há quem goze de nosso uso do termo “TCHÊ”, ache até chulo-grosseiro
este linguajar. Se soubessem a sua origem, aí abaixo relatada, talvez
mudassem sua opinião.”
Sotaques e regionalismos na hora de falar são
conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote
reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu jeito "Galileu" de
se expressar.
No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já
não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais
abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.
Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava
acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o
português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a
população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia,
era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus
que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim
por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era
usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que
você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita
gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis
preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar
"gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura
da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam
essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma
forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para
chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis
trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os
Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram
importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se
referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Que bom seria
se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente
do céu.
Um abraço, Tchê!
27 novembro 2013
Os Gaúchos
O
Rio Grande do Sul é como aquele filho que sai muito diferente do resto
da família. A gente gosta, mas estranha. O Rio Grande do Sul entrou
tarde no mapa do Brasil . Até o começo do século XIX, espanhóis e
portugueses ainda se esfolavam para saber quem era o dono da terra
gaúcha. Talvez por ter chegado depois, o Estado ficou com um jeito
diferente de ser.
Começa que diverge no clima: um Brasil onde
faz frio e venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do
padrão quanto um Canadá que fosse à praia. Depois, tem a mania de tocar
sanfona, que lá no RS chamam de gaita, e de tomar mate em vez de café.
Mas o mais original de tudo é a personalidade forte do gaúcho. A gente
rigorosa do sul não sabe nada do riso fácil e da fala mansa dos
brasileiros do litoral, como cariocas e baianos. Em lugar do calorzinho
da praia, o gaúcho tem o vazio e o silêncio do pampa, que precisou ser
conquistado à unha dos espanhóis.
Há quem interprete que foi o
desamparo diante desses abismos horizontais de espaço que gerou, como
reação, o famoso temperamento belicoso dos sulinos.
É uma teoria -
mas conta com o precioso aval de um certo Analista de Bagé, personagem
de Luis Fernando Veríssimo que recebia seus pacientes de bombacha e
esporas, berrando: "Mas que frescura é essa de neurose, tchê?"
Todo gaúcho ama sua terra acima de tudo e está sempre a postos para
defendê- la. Mesmo que tenha de pagar o preço em sangue e luta.
Gaúcho que se preze já nasce montado no bagual (cavalo bravo). E, antes
de trocar os dentes de leite, já é especialista em dar tiros de laço. Ou
seja, saber laçar novilhos à moda gaúcha, que é diferente da jeito
americano, porque laço é de couro trançado em vez de corda, e o tamanho
da laçada, ou armada, é bem maior, com oito metros de diâmetro, em vez
de dois ou três.
Mas por baixo do poncho bate um coração capaz
de se emocionar até as lágrimas em uma reunião de um Centro de Tradições
Gaúchas, o CTG, criados para preservar os usos e costumes locais.
Neles, os durões se derretem: cantam, dançam e até declamam versinhos em
honra da garrucha, da erva-mate e outros gauchismos. Um dos poemas
prediletos é "Chimarrão", do tradicionalista Glauco Saraiva, que tem
estrofes como: "E a cuia, seio moreno/que passa de mão em mão/traduz no
meu chimarrão/a velha hospitalidade da gente do meu rincão." (bem,
tirando o machismo do seio moreno, passando de mão em mão, até que é
bonito).
Esse regionalismo exacerbado costuma criar problemas
de imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao
resto do País.
Não é verdade - mas poderia ser, a julgar por alguns dados e estatísticas.
O Rio Grande do Sul é possuidor do melhor índice de desenvolvimento
humano do Brasil, de acordo com a ONU, do menor índice de analfabetismo
do País, segundo o IBGE e o da população mais longeva da América Latina,
(tendo Veranópolis a terceira cidade do mundo em longevidade), segundo a
Organização Mundial da Saúde. E ainda tem as mulheres mais bonitas do
País, segundo a Agência Ford Models. (eu já sabia!!! rss) Além do
gaúcho, chamado de machista", qual outro povo que valoriza a mulher a
ponto de chamá-la de prenda (que quer dizer algo de muito valor)
(Arnaldo Jabor)
23 novembro 2013
Abandono das vias públicas.
Olhem só o abandono das vias em Montenegro.
É só caminhar pela cidade que é visível o abandono da administração municipal de Montenegro no trato com as vias públicas.
As crateras estão tomando contas das ruas como podem ver nas imagens. Essas são apenas em algumas ruas do bairro panorama e Santo Antônio, ruas boa vista de Frederido Mussig.
Existe outras que mais ainda.
O que a administração está esperando? que alguém ou algum carro caia numa cratera dessas e cause danos maior ainda.
Quando aos passeios (imagem) a prefeitura deveria intimar os proprietários para que faça os reparos.
Fica mais esse registo.
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